Nos últimos dez anos o consumo per capita de peixe de cultivo foi o que mais cresceu dentro da cadeia da proteína animal no Brasil. Foram 103% no período. Ao se analisar o de tilápia, de acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), o aumento foi de 53%. A tecnologia empregada na produção de peixes de cultivo no país é considerada uma das maiores do mundo.
"A piscicultura é um negócio hoje do Brasil inteiro e não mais apenas de algumas regiões específicas", comenta o diretor-presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros.
Entrevistado do programa Direto ao Ponto desta quinta-feira (9), ele comenta houve muito avanço na criação de peixes de cultivo nos últimos anos, principalmente no período em que a piscicultura se encontrava dentro do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no qual se conseguiu reduzir pela metade o tempo de liberação dos processos de licenças e outorgas.
Atualmente, 65% do peixe de cultivo no Brasil é tilápia e o restante é capitaneado, principalmente, das espécies tambaqui e tambatinga.
"Nunca tivemos uma história de proteína animal no Brasil que tenha tido um crescimento tão grande [de consumo]. Aí você fala: "Mas, eu estou pagando caro". Em determinados locais de pontos de vendas realmente ainda está caro. Hoje, a gente consegue os melhores preços ao consumidor nos chamados atacarejos".
Ainda referente a questão de preços ao consumidor, o presidente da Peixe BR explica que quando se trabalha com peixe nativo, geralmente a compra é do animal inteiro. Ao contrário da tilápia.
No que tange à exportação, no caso da tilápia, hoje o Brasil envia a espécie para 42 países. Além disso, segundo Francisco Medeiros, entre os produtos da espécie que mais tem o mercado externo como destino está a pele, muito utilizada na indústria de cosméticos visto ser rica em colágeno.
A pele da tilápia, inclusive, comenta ele, também é muito utilizada na medicina, devido ao seu colágeno, para auxiliar na recuperação de pacientes com queimaduras.
Fonte: Canal Rural MT