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APROSOJA-MT aponta que plantio excepcional colocaria em xeque economia do estado

Ministério da Agricultura acatou nesta semana recomendação do MPF de não autorizar mudanças no período proibitivo de semeadura

Por Kariane Guerra em 25/04/2024 às 14:44:56

Foto: Canva

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) acatou nesta semana a recomendação do Ministério Público Federal (MPF) em não autorizar mudanças no período do vazio sanitário de Mato Grosso. A alteração da calendarização na "condição de excepcionalidade", como ocorreu na safra 2023/24, no qual a semeadura foi antecipada em 15 dias, de acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), colocaria em xeque a economia do produtor rural, bem como a do estado.

Mato Grosso, sozinho, é responsável por cerca de 30% da produção de soja no Brasil.

Em 16 de agosto de 2023, o Mapa autorizou o cultivo excepcional de produção comercial de soja em Mato Grosso a partir de 1º de setembro, após solicitação da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). A medida visava, como pontuado na época pela pasta do governo federal, mitigar o risco climático na cultura de algodão segunda safra.

O período de vigência do vazio sanitário estabelecido no estado compreende de 15 de junho a 15 de setembro.

Como relatado na época pelo Canal Rural Mato Grosso, foram concedidas cerca de 247 autorizações de plantio excepcional de soja no estado pelo Mapa.

O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, pontua que a entidade "desde o início se colocou contra".

"As pesquisas da Embrapa já comprovaram a importância do vazio sanitário. Para a Aprosoja-MT, o vazio sanitário, além de importante, sempre foi sagrado. A entidade sempre respeitou, porque sabe tanto da importância fitossanitária, como também da ambiental".

Conforme Lucas, a semeadura antecipada da soja, visando o plantio mais cedo do algodão no caso, serviria de ponte verde para a ferrugem asiática, a mostra branca e outras pragas e doenças para as áreas semeadas mais tardiamente.

"E tem a questão econômica. A gente sabe que a soja é a principal cultura e que esse tipo de semeadura colocaria em risco ou até em xeque a produção e a sustentabilidade econômica não só do produtor, mas do estado de Mato Grosso", diz o presidente da Aprosoja-MT ao Canal Rural Mato Grosso.

Ajustes e procedimentos

De acordo com o MPF, foi expedido no começo de abril uma recomendação para a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Mapa, para que a Portaria SDA/MAPA nº 865 fosse ajustada e adotado novo procedimento para análise de pedidos de relativização do vazio sanitário e do período de semeadura da soja.

Apesar de não ter acatado a recomendação em um primeiro momento, informa o MPF, a SDA concordou com os pedidos, após reunião, e se comprometeu a somente autorizar alteração do calendário da soja no estado (início e término) com o devido embasamento técnico (estudos, pesquisas, pareceres, dados empíricos e outros), que demonstre as condições de excepcionalidade e a ausência de prejuízos ambientais da medida solicitada.

O MPF salienta que a recomendação ainda contém pedido para que o Mapa promova a complementação da Portaria SDA/MAPA nº 865, especificando, claramente, quais são as condições de excepcionalidade que autorizam a relativização do vazio sanitário e do calendário de plantio da soja.

Fonte: Canal Rural MT

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