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Produtores sofrem com restrições, estaria a Europa fazendo guerra comercial?

Classe produtora no campo e entidades do agro em Mato Grosso reclamam que as empresas continuam não comprando soja de áreas desmatadas até legalmente de acordo com a lei brasileira

Por Kariane Guerra em 07/06/2024 às 14:29:50

Foto: Ilustrativa | Crédito: Embrapa

A moratória da soja e da carne é a não compra desses produtos produzidos em áreas de desmatamento, legal ou não, no bioma amazônico, a partir de 2008. A Europa reclamou dos desmatamentos, ameaçou não comprar bens do campo se houvesse isso, e as empresas entraram por aí também.

A classe produtora no campo e entidades do agro em Mato Grosso, como a Aprosoja, reclamam que as empresas continuam não comprando soja de áreas desmatadas até legalmente de acordo com a lei brasileira.



A lei diz que na região Amazônia, no caso de Mato Grosso, pode-se derrubar 20% da área e manter 80%. As empresas importadoras não compram a soja ou a carne produzida nos 20% legais pela lei brasileira. Essa é a reclamação maior. Ficam com a proibição anterior, aquela de 2008, que proíbe compra daqueles bens em qualquer tipo de área desmatada.

Aprosoja dizendo que MT pode perder acima de 20 bilhões de reais por ano com essa espécie de cartel entre as compradoras. Que elas estariam trabalhando juntas nesse assunto. O vendedor poderia até tentar comercializar seu produto para uma empresa, plantado dentro dos 20% legais, mas ela não vai comprar. Todas não estão comprando, daí a acusação de cartel que fez a Aprosoja.

Alguns produtores alegam que a Europa não estaria conseguindo competir com a produção nacional e encontraram um meio de fugir dessa competição direta usando as empresas compradoras nesse jogo comercial.



Seja como for a coisa chegou àquilo que se esperava. O mundo de olho na questão do desmatamento na região amazônica. E lá fora esse assunto é palatável. A maioria aceita essa postura de não compra para preservar a Amazônia. Alegam que parte do aquecimento global seria a falta de chuvas e um dos motivos estaria no tal desmatamento.

Ah, mas a lei brasileira não estaria sendo respeitada. É verdade, então que se leve esse assunto para debate no plano internacional. Ou, como se falou aqui antes, tragam gentes de fora, seja de Ongs ou do agro europeu, para ver como se produz no estado com obediência às normas ambientais. Que se procura punir o mal feito nessa área.

Mas aí aparecem, no meio do caminho, casos como aqueles de Feliz Natal e Vera em que forças de segurança do estado detectaram desmatamento ilegal com documentos falsificados. O que vai pensar lá fora? Que aqui seria uma bagunça.

Mas enveredando por outro caminho. O estado não tem milhões de hectares de terras de pastagens que poderiam ser incorporadas à produção de grãos? Pastagens que já foram, é óbvio, desmatadas décadas atrás. O que poderia dizer o exterior sobre o uso dessas terras? Talvez esteja aí uma das alternativas para aumentar a produção sem novos desmatamentos.

O tal cartel das grandes compradoras de grãos pode forçar mesmo o produtor a abandonar a derrubada na Amazônia e buscar novas alternativas. As pastagens não usadas poderia ser uma dessas alternativas?


Fonte: Primeira Pagina

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