Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso
A exemplo da safra de soja que acabou frustrando as expectativas dos agricultores de Mato Grosso do Sul – quebra de até 40% da produção esperada, o milho segunda safra também sente os impactos da adversidade climática. O cenário causa apreensão visto que as perdas de produtividade do cereal podem chegar a 50% na média final da safra.
O resultado é um cenário de incertezas quanto ao desempenho das lavouras e a rentabilidade no campo que causa apreensão sobre as dívidas da safra, principalmente para quem tem que pagar arrendamento.
Em Dourados, o agricultor Issao Iguma Filho, em entrevista ao Patrulheiro Agro desta semana, comenta que as últimas plantas no milho vão prejudicar bem a safra.
"Nós ficamos cerca de 45 dias sem chuvas, além da falta de chuva, umidade o calor muito grande, então esse calor atrapalha muito a polinização e isso dá essa quebra de safra. A estimativa é uma quebra de 30%", afirma.
De acordo com o Sindicato Rural de Dourados, as perdas de produtividade na média final da safra de milho podem chegar a 50%, nesta temporada. O presidente da entidade, José Ferreira, pontua que tanto os fornecedores quanto as cooperativas terão que renegociar as dívidas com o produtor.
Em São Gabriel do Oeste, região norte do estado, muitos estão devolvendo áreas contratadas por falta de condições de honrar os compromissos. Muito disso pelas adversidades climáticas.
O vice-presidente do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste, Júlio Bortolini, explica que o produtor não tem estrutura de capital e que, atualmente, existe muita dificuldade de ter crédito para pensar na safra 2024/25.
"O banco exige garantia real e o arrendatário não tem essa disponibilidade e hoje mais da metade de São Gabriel e região aqui, envolvendo Camapuã, Bandeirantes, Rio Verde é arrendatário", frisa.
Nesta safra foram cultivados aproximadamente 55 mil hectares de milho no município com estimativa de perdas entre 30% e 40% da área.
"Calculamos que 720 mil hectares já foram impactados pela estiagem nesta safra, somado a esse fator a gente teve um declínio em relação a área plantada esse ano em relação ao ano anterior. Então, a gente tem uma produtividade menor, com uma área menor. Por enquanto, a nossa estimativa é que em relação à safra passada tenhamos uma queda de 20% na produção", finaliza Tamiris Azoia, consultora técnica da Famasul.
Fonte: Canal Rural MT