Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso
A participação da China nas exportações brasileiras de soja pode crescer ainda mais com o "tarifaço" imposto nos últimos meses pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o país asiático. Contudo, ainda é preciso cautela por parte dos produtores brasileiros, uma vez que tal medida é uma forma de "forçar" uma negociação.
Na sexta-feira, 11 de abril, um dia após o governo Trump impor uma tarifa mínima de 145% sobre produtos chineses importados para os EUA, a China elevou suas tarifas sobre importações americanas para 125%.
Diante do cenário de incertezas, o Brasil se torna uma alternativa estratégica para suprir a crescente demanda por alimentos, especialmente soja. No entanto, frisa a Aprosoja Mato Grosso, para transformar essa oportunidade em resultados concretos, os pequenos e médios produtores rurais dependem de um Plano Agrícola e Pecuário 2025/26 que ofereça condições reais de competitividade.
A China, como destacado anteriormente pelo Canal Rural Mato Grosso, hoje é o maior importador de soja do mundo, sendo o maior país consumidor do grão brasileiro.
Para se ter uma ideia, das 98,8 milhões de toneladas da oleaginosa exportadas pelo Brasil em 2024, 72,5 milhões de toneladas tiveram a gigante da Ásia como destino, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Somente de Mato Grosso no ano passado, destaca a Secex, a potência asiática levou 14,71 milhões de toneladas de soja das 24,73 milhões de toneladas enviadas para o mercado externo.
"Nós temos que ter cautela ao falar, porque o presidente Trump está forçando essas tarifas altas justamente para ter uma negociação justa. Então, a qualquer momento pode haver uma negociação e tudo voltar ao normal. Agora, é claro, se continuar, o Brasil pode ser o maior fornecedor de soja para a China, como já é, tem sido e tem potencial de aumento de produção, convertendo áreas de pecuária em lavoura. Basta ter viabilidade econômica", aponta o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber.
A entidade lembra ainda que em anos anteriores devido à guerra tarifária o Brasil conseguiu expandir o número de mercado e que a tendência é o movimento se repetir. Além da China, a Europa também entra no radar.
"Se de fato não houver acordo com a Europa, haverá grande oportunidade para o Brasil, especialmente se ocorrer prorrogação, ou até extinção da Lei Antidesmatamento, porque senão a Europa vai viver uma inflação muito forte por lá, se não comprar alimentos do Brasil", analisa Lucas Costa Beber.
Fonte: Canal Rural MT