A semeadura da soja em Mato Grosso encerrou, apesar do atraso ante as temporadas passadas. As projeções, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apontam para uma produtividade dentro da normalidade, mas que a safra 2024/25 segue sendo de desafios para o produtor quanto a rentabilidade.
Entrevistado desta semana do programa Direto ao Ponto, o superintendente do Imea, Cleiton Gauer, comenta que a rentabilidade do ciclo 2024/25 "tem se desenhado para ser a menor das últimas temporadas" e "pior" que a da safra anterior.
"Olhando o histórico médio que nós temos no estado, considerando os preços médios e a produtividade média estimada nesse momento, nós estamos falando de um Lajida de R$ 1 mil a R$ 1,2 mil por hectare, sem falar em depreciação, sem falar dos investimentos, do arrendamento".
A estimativa para a produtividade de soja nesta temporada é de 58 sacas por hectare em média no estado.
Outro fator de preocupação, e que liga um alerta aos produtores e classificadores, é quanto às chuvas. Conforme o superintendente do Imea, após um plantio com atraso na chegada das águas, janeiro apresenta tendência de chuvas acima da média histórica, o que pode dificultar a entrada das colheitadeiras em campo, bem como prejudicar a umidade do grão.
Além disso, um possível atraso na colheita da soja por conta das chuvas pode, também, prejudicar a semeadura do milho e do algodão segunda safra.
"Pensando em tamanho de área e desenvolvimento que o produtor almeja, não será um ano em que ele vai tomar grandes riscos no milho. Tanto é que a nossa perspectiva é uma manutenção de área, muito parecida com a safra passada e com os produtores mais cautelosos, diminuindo aqueles riscos de final de janela".
O superintendente do Imea frisa que se os trabalhos na colheita da soja ocorrerem de forma cronometrada, a expectativa é que 70% do milho segunda safra em Mato Grosso seja plantado dentro da janela ideal.
Fonte: Canal Rural MT