O início do plantio da safra de grãos 2024/25 agora em setembro será marcado por chuvas irregulares e temperaturas elevadas na maior parte do Brasil, afirmou o gerente técnico da Climatempo, Pedro Regoto, durante a 5ª edição do Datagro Abertura de Safra Soja, Milho e Algodão, realizada na semana passada em Cuiabá (MT).
O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) destaca que o período do Vazio Sanitário da soja em Mato Grosso da safra 2024/25 teve início em 8 de junho e se encerra no próximo dia 6 de setembro. Com isso, o plantio estará liberado a partir do dia 7 de setembro, podendo ser feito até 8 de janeiro de 2025.
Diferente dos anos anteriores, em que o Vazio iniciava na 2ª quinzena de junho, a data foi antecipada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) através da publicação da Portaria SDA/MAPA Nº 1.111, o que também antecipou o calendário de semeadura da soja, no estado.
"Não é um cenário de clima animador para o começo do novo ciclo", ressaltou, acrescentando que o Brasil Central começará a registrar um quadro mais favorável de chuvas somente a partir da segunda semana de outubro, com as precipitações ficado mais regulares apenas em dezembro e janeiro do próximo ano.
Segundo Regoto, passamos por um período de transição climática, com o fim do El Niño – aquecimento das águas do Pacífico – e a chegada da La Niña – o inverso. Comumente, o El Niño acarreta em fortes chuvas para a região Sul e clima seco para o Brasil Central. Já a La Niña é o contrário, mas com projeção de ser de fraca intensidade e de período curto – até o início de 2025, seus efeitos podem perder força nesta temporada.
O diferencial entre o El Niño e a La Niña é a mudança da temperatura provocada por esses fenômenos atmosféricos no Oceano Pacífico. O Serviço Nacional de Meteorologia norte-americano (NOAA) classifica um episódio de El Niño quando a temperatura média da superfície do mar do Oceano Pacífico aumenta 0,5ºC, na parte equatorial, por três meses consecutivos. Já o La Niña corresponde aos efeitos contrários, com uma diminuição da temperatura das águas oceânicas.
Fonte: Mato Grosso Econômico