Após algumas semanas de resultados negativos, as cotações de algodão encerram a semana em alta. O contrato para dezembro fechou com incremento de 3,3% em relação ao observado em dia 15 de agosto, enquanto para dezembro de 2025 com 1,5%.
Entre os motivos, que auxiliaram a impulsionar as cotações da fibra, estão a crescente preocupação com a seca no Texas e os problemas na safra no Paquistão.
As informações são do Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa, divulgado nesta sexta-feira (23).
Algodão em NY – O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 22/08 cotado a 69,34 U$c/lp (+3,3% vs. 15/ago). O contrato Dez/25 fechou em 70,73 U$c/lp (+1,4% vs. 15/ago).
Basis Ásia – Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 865 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8? (31-3-36), fonte Cotlook 22/ago/24).
Altistas 1 – A condição das lavouras nos EUA piorou esta semana. O percentual das áreas com classificação de boa a excelente caiu de 46% para 42%, enquanto o Texas está em 29%.
Altistas 2 – No Texas, onde o clima seco piorou as condições nesta semana, 29% das lavouras foram classificadas como "boa a excelente" (contra 33% da semana passada). Apesar disso, o índice está bem melhor que na safra passada (10%).
Altistas 3 – No Paquistão, um dos maiores produtores, consumidores e importadores de algodão do mundo, a safra deve ser menor que o previsto devido ao excesso de chuvas de monções.
Baixistas 1 – O comércio internacional continua sem empolgar. Esta semana, o relatório de exportação do USDA mostrou vendas líquidas semanais de somente 104.026 fardos de 480 libras, 69% a menos que semana passada.
Baixistas 2 – Preocupações com a economia americana, maior do mundo, continuam a dominar os noticiários, principalmente após nova piora no indicador de empregos no país divulgado nesta semana.
EUA 1 – O desenvolvimento das plantas acelerou na semana passada nos EUA. Porém, 42% das lavouras foram classificadas como "boas a excelentes", o que significa uma queda de 4 pp na semana.
EUA 2 – Daqui a pouco, ocorre o esperado discurso do presidente do Fed (Banco Central dos EUA), Jerome Powell, em Jackson Hole, que pode indicar novos rumos na política da taxa de juros dos EUA.
China 1 – Em julho, a China importou 199.392 tons de algodão, superando jun/24 e 82% acima de jul/23 (109.660 tons). No acumulado, o volume é de 3,26 milhões tons – 4º maior da história. O Brasil responde por 40% do total.
China 2 – Em julho, a China importou 130.000 tons de fios de algodão, queda de 18% em relação a jul/23 e aumento de 19% em relação jun/24. O Vietnã forneceu 51%, seguido pelo Uzbequistão, com 15%, e pelo Paquistão, com 12%.
China 3 – A importação de fios em 2023/24 totalizou 1,75 milhão tons na China, aumento de 44% em relação à temporada anterior e 10% em relação a 2021/22.
China 4 – A China Cotton Association (CCA) estima que a produção chegará a 6,052 milhão tons – crescimento anual de 3% mesmo com redução de 2,4% esperada na área plantada.
Bangladesh – Importadores bengaleses têm priorizado compras pontuais, com as fiações correndo contra o tempo para darem conta dos pedidos que foram prejudicados pela instabilidade política em Bangladesh.
Paquistão 1 – Com a continuidade das chuvas de monções no cinturão do algodão, colheita e beneficiamento seguem parados no Paquistão. O acúmulo de água nas lavouras já afetou a previsão de safra para baixo.
Paquistão 2 – Até 15/08, a PCGA registrou 1.075.028 fardos de algodão em caroço para beneficiamento – quase a metade do volume registrado no mesmo período no ano passado.
Paquistão 3 – Com a previsão de queda na qualidade da safra paquistanesa e lentidão na oferta doméstica de algodão, a demanda por pluma importada aumentou na última semana no Paquistão.
Índia – Até 16/08, a área plantada com algodão na Índia chegou a 11,1 milhões ha, 9% menor que no mesmo período do ano passado.
Indonésia – Na última semana, a valorização da rúpia indonésia contribuiu para a importação de algodão brasileiro, malaio e australiano, mas ainda em volumes discretos.
Exportações – As exportações brasileiras de algodão somaram 47,9 mil tons até a terceira semana de agosto. A média diária de embarque é 12% menor que no mesmo mês de 2023.
Colheita 2023/24 – Até ontem (22/08), foram colhidos no estado da BA (72,85%), GO (77,5%), MA (74%), MG (79%), MS (99,6%), MT (74%), PI (76,36%), PR (100%) e SP (96,5%). Total Brasil: 74,55%.
Beneficiamento 2023/24 – Até ontem (22/08), foram beneficiados no estado da BA (50%), GO (42,26%), MA (23%), MG (45%), MS (49,7%), MT (20%), PI (26,6%), PR (100%) e SP (94%). Total Brasil: 27,23%.
Fonte: Canal Rural MT