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Assentamento de Itanhangá e a crise com a retomada e redistribuição das terras solicitada pelo INCRA

Decisão com caráter liminar causou insegurança nos assentados, presidente da Aprosoja e Deputada cobram ações legais.

Por Kariane Guerra em 07/08/2024 às 10:24:50

Foto: MT Econômico

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Lucas Costa Beber, e a deputada federal Coronel Fernanda realizaram uma coletiva de imprensa, no dia 05 de agosto, na sede da Aprosoja em Cuiabá para discutir a grave situação de instabilidade e insegurança no Assentamento de Itanhangá, localizado a 450 km da capital. O objetivo do encontro foi destacar os problemas enfrentados pelos produtores locais e pressionar as autoridades a tomar medidas imediatas para restaurar a ordem e a legalidade na região.

O Assentamento de Itanhangá, com mais de 1.140 lotes, enfrenta um período de grande insegurança devido às recentes ações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). A agência federal, responsável pela reforma agrária, anunciou a retomada e redistribuição das terras, o que gerou apreensão entre os assentados. Lucas Costa Beber comentou. "Desde o anúncio do INCRA sobre a possível redistribuição de terras, a insegurança aumentou consideravelmente. Os produtores temem perder suas propriedades, criando um ambiente de grande instabilidade."


Lucas criticou a abordagem do INCRA, afirmando que a medida contribui para o clima de medo e insegurança. "O INCRA anunciou a reintegração de posse de seis lotes e a concessão de novos lotes a outras famílias com base em uma liminar, não em uma decisão final. Isso gerou uma crise social no assentamento e intensificou a insegurança entre os produtores."

A falta de regularização das terras pelo INCRA tem causado impactos severos na vida dos assentados. Lucas destacou que a morosidade do órgão tem prejudicado os produtores. "A demora na regularização, que persiste há quase 30 anos, tem causado injustiças e afetado diretamente a vida dos assentados. Muitos temem não atender aos requisitos e perder suas propriedades."

A deputada Coronel Fernanda também destacou a gravidade da situação. "Os produtores rurais enfrentam uma crise devido à ineficiência do INCRA. Eles estão desrespeitados e expostos a riscos como incêndios e danos às propriedades, que levarão anos para se recuperar. É inaceitável que eles tenham que assumir toda a responsabilidade ambiental e financeira para restaurar suas áreas."

Fernanda detalhou as ações em andamento para enfrentar a crise. "Estamos trabalhando para reverter decisões judiciais que ameaçam a segurança dos assentados e garantir uma regularização justa e responsável das terras. O INCRA deve acelerar o processo e respeitar a legislação para evitar novos conflitos", afirmou a deputada.


Lucas ressaltou o papel da Aprosoja e das autoridades locais na busca por soluções. "A Aprosoja está comprometida em buscar informações e orientar os produtores com responsabilidade. Nossa prioridade é garantir que os direitos dos assentados sejam respeitados e que o processo de regularização seja concluído de forma justa."

A coletiva de imprensa evidenciou a urgência de uma solução para a crise no Assentamento de Itanhangá. A situação continua a ser uma preocupação central para as autoridades locais e a classe política, que se comprometem a trabalhar para resolver o problema rapidamente. A intervenção do INCRA e as ações judiciais seguem em andamento, enquanto a comunidade local aguarda uma resolução que traga estabilidade e segurança para os produtores rurais da região.

Fonte: Mato Grosso Econômico

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